Na minha profissão, para os passageiros é mais dolorosa a partida que a chegada, é nesses momentos que se veem as emoções á flor da pele, corações apertados, lágrimas e choros incontidos a tristeza de partir e deixar para trás quem se ama e eu fico a olha-los e a beber um pouco de todas as emoções que se vivem na linha de embarque como se fosse um provador de vinhos saboreio de tudo um pouco, ansia, desespero, tristeza e cada vez entendo mais a palavra saudade.
Eu absorvo as emoçoes na partida como se fosse um mata-borrão, pois é dentro do carro que eu tento atenuar um pouco as coisas, tenta-se atenuar um pouco as dores de alguem que deixa para trás um pouco de si.
As voltas são sempre mais agradaveis, os animos são bem distintos é a pressa de chegar a casa é a ansia de estar nos braços de alguem, há as bebedeiras do costume, há o caricato há a vontade de enervar o motorista porque nao há nada mais giro para fazer.
E eu continuo a beber emoções, simplesmente a ver o que se passa entre eles, gosto de ver o que se passa na ida e na volta, se na ida á dôr, saudade, choros o regresso há alegria que transborda, gente contente por ter alguem á sua espera para receber o abraço o beijo tão esperado e sofrido.
Eu apenas observo, mas porque será que me sinto tão mal por não ter ninguem que sofra com a minha ida e que me espere feliz por me rever na volta?